Casos de coqueluche aumentam mais de 620% no RS e motivam alerta para vacinação
Registros da doença no estado têm recorde em 10 anos. Média de vacinação no Rio Grande do Sul chega a 88% do público-alvo, inferior à meta de 95%. Alert...
Registros da doença no estado têm recorde em 10 anos. Média de vacinação no Rio Grande do Sul chega a 88% do público-alvo, inferior à meta de 95%. Alerta para o aumento de casos de coqueluche no RS O aumento de casos de coqueluche no RS causa preocupação entre os médicos e motivou um alerta da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. Em 2024, o estado teve cerca de 620% a mais do que o ano passado, e um número recorde em 10 anos. Veja detalhes abaixo. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Após uma queda nos casos em 2023, o estado já registrou 363 notificações, das quais 166 infecções foram confirmadas pela coqueluche neste ano, conforme mostram dados do Ministério da Saúde. É o maior número desde 2014, quando 260 casos foram confirmados no estado. No Brasil, o aumento da coqueluche também causa preocupação, e ao menos 12 mortes foram confirmadas. O que é coqueluche? Aumento de casos da doença no Brasil e no mundo reforça importância da vacinação A doença é transmitida por uma bactéria e é altamente contagiosa. O principal sintoma é a tosse seca, que dura de 6 a 10 semanas e pode se estender por mais tempo. As crises vêm acompanhadas de mal estar e até falta de ar. A doença não atinge só crianças, adultos e idosos também podem ter coqueluche. Vacinação A doença é combatida com vacinação. No RS, a média da imunização contra a coqueluche é de 88%, segundo dados do Ministério da Saúde. A meta é chegar a 95% do público-alvo – além das crianças, gestantes e profissionais da saúde que atuem no atendimento a grávidas e recém-nascidos devem tomar a vacina. Para as crianças, o calendário vacinal de rotina contempla a aplicação de três doses com a vacina pentavalente (com 2, 4 e 6 meses de idade) e dois reforços, aos 15 meses e aos quatro anos, com a tríplice bacteriana, que pode ser aplicada até 7 anos. “Observamos um aumento expressivo nas doenças evitáveis, com um crescimento superior a 900% em várias regiões do mundo e, agora, também no Brasil", observa o infectologista pediátrico da Sociedade de Pediatria do RS, Marcelo Scotta. Vacina para coqueluche Reprodução/RPC LEIA TAMBÉM Bairro com mais habitantes no RS tem população superior à de 93% dos municípios do estado, diz IBGE Criança de um ano morre afogada após cair em caixa d'água usada como piscina em Carlos Barbosa Cantor Paulinho Dill tem 'grande progresso' após acidente no RS e já abre os olhos, diz banda A principal razão para esse cenário é a baixa cobertura vacinal, especialmente entre crianças e gestantes. É essencial lembrar que as gestantes têm direito à vacina contra tétano, difteria e coqueluche, disponível gratuitamente no SUS como parte do Programa Nacional de Imunizações. A vacinação continua sendo a medida mais eficaz para controlar esse risco”, completa o médico. Importância da notificação dos casos suspeitos A Sociedade de Pediatria reforça aos médicos a importância de notificar todos os casos suspeitos de coqueluche. “É crucial que, durante o atendimento, o profissional de saúde realize a notificação imediata à Vigilância em Saúde pelos telefones 3289-2471 ou 3289-2472. Além disso, o tratamento deve ser estendido a todos os contactantes do paciente, como forma de prevenção”, ressalta o diretor da SPRS, Benjamin Roitman. O médico acrescenta que o exame padrão para o diagnóstico da coqueluche é o PCR para Bordetella, obtido por swab de orofaringe. Contudo, este teste não é amplamente acessível, sendo oferecido apenas em alguns locais pelo SUS e não coberto pela maioria dos convênios. Portanto, na presença de tosse prolongada por mais de 10 dias, é importante que os médicos considerem a possibilidade de coqueluche e iniciem o tratamento adequado quanto antes. VÍDEOS: Tudo sobre o RS